sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Diga adeus à depressão


Até 2020, a depressão será o segundo maior problema de saúde pública do mundo, perdendo só dos males cardíacos. Assustador? Mas, com diagnóstico precoce é possível retomar o controle da sua vida

Todo mundo já sentiu tristeza na vida: após um rompimento ou a perda de uma pessoa querida, por causa do emprego maçante ou da não concretização de um desejo… Nessas situações, é normal chorar e ficar de mau humor. Mas, se com o passar dos dias o desânimo não der espaço para a alegria, o quadro é depressivo. A doença traz um sentimento de vazio e descontentamento severo, que pode perdurar por semanas, meses ou anos. Diferentemente da tristeza, que tem um motivo específico, a depressão nem sempre pode ser explicada.
“Muitas vezes, a paciente não sabe por que está apática e, por isso, sente-se culpada”, diz o psiquiatra Raphael Boechat. O mal afeta 350 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e as mulheres têm 50% mais chances de desenvolvê-lo. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, a depressão é de natureza recorrente, ou seja, é possível ter mais de uma crise ao longo da vida. Dados levantados pela organização em 2009 apontam que, dos depressivos submetidos a tratamento, 70% respondem positivamente. Os outros 30% têm resposta parcial ou não apresentam melhora. Saiba mais sobre o problema e como contorná-lo.

Por dentro dessa angústia

 Há vários sinais que vêm à tona quando a pessoa está com depressão:
- Tristeza profunda
- Baixa autoestima
- Pessimismo
- Sensação de culpa
- Fadiga constante
- Distúrbio de sono
- Falta ou excesso de apetite
- Dificuldade de raciocínio e concentração
- Isolamento
- Diminuição do desejo sexual
- Dor muscular crônica

“A persistência de três ou mais sintomas é suficiente para colocar a pessoa em estado de alerta e motivá-la a procurar ajuda. O problema, muitas vezes, é que a paciente está tão envolvida no processo depressivo que fica incapaz de notar as alterações. Por isso, é importante que familiares e amigos fiquem atentos”, ressalta o psiquiatra Leonard Verea (SP).

Efeitos colaterais
Além de alterar o humor e esgotar a energia das vítimas, a doença abala a imunidade, eleva o risco de menopausa precoce e de ataques cardíacos, acelera a degeneração das células nervosas e a perda de memória.


 Diagnóstico precoce
O primeiro passo para vencer a doença é identificá-la o quanto antes e, assim, buscar o tratamento adequado. Para isso é preciso livrar-se do preconceito e procurar ajuda de um especialista que seja capaz de reconhecer os sintomas. Infelizmente, no Brasil, falta preparo de uma parcela de profissionais de saúde para encaminhar o paciente para a terapia correta. Se não for tratada devidamente, a depressão pode levar a uma incapacidade de gerenciar a própria vida e à perda da responsabilidade em relação aos outros.

 Medicamentos
“É ilusão acreditar que a pessoa depressiva pode se curar sozinha apenas adotando uma postura diferente, por exemplo. A enfermidade causa desequilíbrios fisiológicos, que dependem de medicação para ser ajustados”, diz o psicoterapeuta Geraldo Possendoro, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Existem mais de 36 tipos de antidepressivos disponíveis no mercado e somente o psiquiatra pode recomendar a versão certa para cada caso, bem como a dose e a periodicidade do tratamento.

 Métodos complementares
O médico pode sugerir também a estimulação cerebral eletromagnética, que ajuda o órgão a trabalhar de forma adequada. Paralelamente, é interessante fazer psicoterapia ou sessões de hipnose. “A primeira ajuda a paciente a entender o que está acontecendo no seu inconsciente, a lidar com as emoções e a relaxar. Já a segunda possibilita a modificação de padrões de pensamento nocivos”, explica Leonard Verea.

Fonte: Revista Máxima

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